sábado, 10 de outubro de 2015

Notícia BOMBÁSTICA!

Concurso dos Correios para 2.000 vagas é suspenso temporariamente!


Aguardado há quase dois anos e anunciado reiteradamente pela estatal, os Correios anunciaram a suspensão temporária do concurso para cerca de 2 mil vagas de carteiro e operador de triagem e transbordo (cargos de nível médio), que seria aberto ainda em 2015. Segundo nota divulgada pela Assessoria de Imprensa dos Correios, a suspensão do concurso foi para atender a uma determinação do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG). A pasta, entretanto, esclareceu que o Dest apenas orientou as estatais a não ampliarem seu efetivo de 2016. O MPOG disse ainda que casos particulares serão analisado e destacou que não houve determinação específica para suspensão de nenhum concursos de estatais. 

Embora não informe explicitamente os motivos dessa determinação, o adiamento temporário do concurso teria acontecido devido ao ajuste fiscal anunciado pelo governo federal, onde uma das medidas tomadas pela equipe econômica da presidente Dilma Rousseff foi o de suspender os concursos para 2016. A suspensão, para atender a uma determinação do Dest, contraria o que o Ministério do Planejamento havia anunciado em meados de setembro, de que as empresas públicas e estatais não teriam seus concursos afetados pelo ajuste fiscal anunciado pelo governo federal.

Segundo ainda nota da assessoria, o cancelamento do certame não afeta a qualidade e a eficiência operacional, uma vez que desde 2011 o efetivo da empresa foi aumentado em 13 mil novas vagas. Com isso, os Correios passaram de 107 mil trabalhadores em 2010 para os 120 mil atuais. A Assessoria de Imprensa dos Correios informou que ainda não há uma nova previsão para a realização do concurso e destacou que cabe ao Dest justificar a determinação de suspender o concurso.

Os preparativos do concurso para os Correios estavam bastante adiantados, com a escolha da organizadora praticamente definida. A estatal chegou a anunciar que o concurso sairia até o final de agosto, o que acabou não acontecendo. Em entrevista exclusiva naquele mesmo mês, o presidente da estatal, Wagner Pinheiro, destacou a importância do concurso. “É um momento que precisamos de mais trabalhadores”, afirmou. FOLHA DIRIGIDA chegou a ter acesso a parte do projeto de básico do concurso, que trazia o esboço do programa oficial e apontava que o Rio de Janeiro receberia 144 vagas de carteiro.

Expectativa era de edital após acordo


A expectativa era que, com o fim da greve dos funcionários e a assinatura do acordo coletivo de trabalho com a categoria, os Correios divulgassem imediatamente o edital. Após meses de muitas negociações, a diretoria da estatal e os sindicatos das categorias chegaram a um acordo salarial. Além de aumento linear de R$200 na forma de gratificação, o acordo estabelece reajuste de 9,56% nos benefícios remunerados. Com isso, os ganhos iniciais passam, a partir de janeiro do ano que vem, a ser de pelo menos R$2.885,37 para quem trabalha de segunda a sexta, e de R$3.017,42 para quem trabalha de segunda a sábado, no caso de carteiro. Para operador, os iniciais mínimos passam para R$2.348,87 (segunda a sexta) e R$3.017,42 (segunda a sábado).

Os valores foram calculados tendo como base as informações divulgadas pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e já incluem a Gratificação de Incentivo à Produção (GIP), o adicional de distribuição (apenas carteiro) e o vale-alimentação/refeição. De acordo com os Correios, os ganhos mensais ainda podem ser acrescidos de outros benefícios, tais como vale-transporte, auxílio-creche ou auxílio-babá e vale-cultura, além de outros adicionais (de acordo com o plano de cargos e salários) e a possibilidade de adesão ao plano de previdência complementar, assim como o custeio do plano médico e odontológico.

Suspensão gera muitas críticas
A suspensão do concurso dos Correios gerou muitas críticas por parte dos futuros candidatos, sindicalistas e especialistas. A situação crítica do quadro de pessoal da estatal foi destacada pelo secretário-geral da Fentect, José Rivaldo. “A empresa está precisando contratar mais pessoas. Ela abriu uma programa de demissão incentivada. Saíram mais de milhares de pessoas, e a empresa precisa repor essa mão de obra”, disse ele. Em entrevista no ano passado, o ex-secretário-geral da federação José Rodrigues afirmou que em torno de 9 mil trabalhadores deixariam a estatal por meio do programa.

José Rivaldo rejeitou a afirmação de que a qualidade dos serviços não será afetada pela suspensão do concurso. “Não vai manter o mesmo padrão. Por mais que se tenham trabalhadores comprometidos com a empresa, isso vai sobrecarregar ainda mais o serviço”, apontou. “A gente vai contestar isso, vai tentar abrir negociação com a empresa. Há necessidade de manter a qualidade do serviço dos Correios e isso passa pela contratação de pessoal”, afirmou. Segundo ele, a federação tentará negociar junto ao Planejamento, ao Ministério das Comunicações, ao qual a empresa é vinculada, e até mesmo junto à Secretaria-Geral da Presidência da República.

A suspensão do concurso também motivou críticas daqueles que vinham aguardando a divulgação do edital da seleção. “Não compreendo como o governo possa interferir tão profundamente em uma empresa que tem a folha de pagamento compensada pelo capital próprio, ao ponto de evitar que a empresa olhe pro futuro”, comentou um internauta em matéria no site da FOLHA DIRIGIDA, acrescentando estar decepcionado com uma política que interrompa os passos legais e legítimos de uma empresa.

Outro internauta criticou o presidente dos Correios. “Gastamos dinheiro com material e curso preparatório para no fim o governo dizer que o concurso está suspenso? Não importa por quanto tempo seja, pois o presidente dos Correios anunciou que abriria um novo concurso, mas simplesmente  enganou a todos. É um desrespeito completo com os candidatos que estavam interessados em prestar este concurso. É uma pena o que estão fazendo com uma empresa que já foi uma das melhores deste país”, disse 

Especialistas afirmam que estudos devem continuar


Apesar de frustrante, o adiamento do concurso dos Correios não deve ser visto pelos interessados em participar da seleção como uma justificativa para a interrupção dos estudos. Especialistas ouvidos pela FOLHA DIRIGIDA destacaram que a suspensão deve ser vista como uma oportunidade de aprimorar a preparação.

Para o especialista em concursos e advogado da União Marcus Bittencourt, a dedicação aos estudos deve ser mantida, sobretudo em função de não se saber quando a seleção será efetivamente realizada. Ele advertiu ainda que não é aconselhado buscar a preparação apenas após a publicação do edital, uma vez que essa estratégia não permite um prazo adequado para a absorção do conteúdo.

“Devemos analisar essa suspensão como uma oportunidade de consolidar a preparação para observar, principalmente, aquelas disciplinas que foram deixadas em segundo plano”, disse ele, acrescentando que esse reforço nos estudos permitirá ao conscurseiro mais disciplinado conseguir uma classificação melhor no concurso.

O professor do curso preparatório Universo do Concurso Rodrigo Lelis criticou o adiamento do concurso e afirmou que soa estranha a informação de a seleção ter sido suspenso por determinação de um departamento do Ministério do Planejamento, após a pasta ter anunciado que a suspensão de concursos não atingiria as estatais. 

“O concurso, mais cedo ou mais tarde, sairá, pois não haveria oferta de duas mil vagas se o órgão realmente não estivesse precisando de pessoal”, observou. “Aproveitem o tempo de suspensão para revisar o conteúdo, com base no edital do concurso de 2011, e realizar muitas questões anteriores, para fixar o conteúdo. Não há tempo perdido para quem estuda e, portanto, a suspensão deve ser vista como uma oportunidade de mais tempo para estudar”, orientou.

Os interessados podem, inclusive, aproveitar o tempo, uma vez que já estava definido que a seleção seria por meio de provas objetivas de Língua Portuguesa, Matemática e Conhecimentos Gerais, teste de esforço físico e exame médico admissional.


Fonte: Folha Dirigida.

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